Sabe-se que cerca de 60% dos erros nos resultados de exames laboratoriais acontecem devido a problemas no preparo ou coleta, segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPM/ML).
Quando isso ocorre, além do transtorno para a vida do cliente, o laboratório de análises clínicas precisa refazer o procedimento – o que, muitas vezes, compromete a credibilidade da marca.
A tiragem de sangue, também conhecida como flebotomia, ainda é um dos procedimentos invasivos mais comuns no cuidado da saúde. Portanto, é fundamental que sejam adotados cuidados no controle de qualidade durante as diversas etapas da realização do exame de sangue.
Por isso, veja dicas importantes para garantir a realização de um procedimento de qualidade no seu laboratório.
# Utilize os materiais corretos
Na hora de treinar a equipe, adote como regra que o profissional que realizará a coleta reúna todos os materiais necessários e verifique prazos de validade e a qualidade dos itens. Na dúvida, o material deve ser trocado imediatamente por um mais novo e seguro.
É importante também lembrar que as agulhas utilizadas para a coleta de sangue variam de acordo com a idade e características físicas do cliente. Deixe claro as regras de uso para os profissionais.
Outro ponto importante é a utilização de luvas corretas. Veja mais sobre este assunto neste post.
# Evite contaminação
Parece básico, mas como todo processo rotineiro acaba se tornando automático, muitos profissionais acabam esquecendo de fazer a higiene das mãos antes e depois de cada procedimento. Portanto, reforce internamente a importância de lavar as mãos para garantir a própria saúde e do cliente, utilizar luvas e demais dispositivos seguros apropriados para a coleta de sangue como, por exemplo, seringas com agulhas cobertas ou retráteis.
Lembre-se que nenhum material deve ser reutilizado. Sendo assim, faça o planejamento correto de compra de tubos de ensaio, agulhas, seringas, luvas e etc, levando em consideração a demanda do seu laboratório.
Para eliminar o risco de contaminação ambiental com agentes patogênicos, a bancada e as superfícies de trabalho, assim como os braços da cadeira, devem ser limpos com desinfetante no início de cada turno e quando visivelmente sujos. Da mesma forma, é preciso ter um local adequado para fazer o descarte correto dos materiais utilizados.
# Cuidado com o armazenamento das amostras
De acordo com a RDC/Anvisa n. 306/2004, o armazenamento externo dos resíduos sólidos de saúde deve ser feito no abrigo de resíduos, o qual deve ser construído em um ambiente exclusivo e segregado, possuindo, no mínimo, um ambiente separado para armazenamento de recipientes contendo resíduos do Grupo A (resíduos com risco biológico) juntamente com os do Grupo E (materiais perfurocortantes), além de um ambiente para o Grupo D (resíduos comuns).
Dessa forma, o abrigo deve ser identificado e de acesso restrito aos funcionários responsáveis pelo gerenciamento de resíduos, para que tenham fácil acesso aos recipientes de transporte e aos veículos coletores. Outro ponto importante é que os recipientes de transporte interno não podem transitar pela via externa à edificação. Ainda de acordo com essa norma, o abrigo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com a capacidade de armazenamento compatível e com a periodicidade da coleta.
# Cumpra as diretrizes de padronização do desenvolvimento e fabricação de sistema de coleta de sangue
Realizadas pelas agências reguladoras e normativas como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Food and Drug Administration (FDA), International Standardization Organization (ISO) e Clinical and Laboratory Standardization Institute (CLSI), as diretrizes de padronização do desenvolvimento e da fabricação de sistema de coleta de sangue estabelecem padrões e plano de controle dos materiais utilizados.
É o caso dos tubos de plásticos a vácuo e/ou tubos seringa com tampas protetoras de aerossóis, além da exatidão no volume coletado e preenchimento dos recipientes e dos tipos e concentração dos aditivos, esterilidade e rotulagem dos materiais. Tudo isso leva a garantir a segurança em coletas de sangue.
Reveja seu processo internao de coleta de sangue e aproveite para ajustar as arestas, com o propósito de aumentar a qualidade dos procedimentos realizados.