Preço X Qualidade:o que vale a pena na compra de insumos?

 

Dar apoio para a realização de um diagnóstico de saúde preciso e assertivo é a principal função de um laboratório de medicina diagnóstica. Por isso, a qualidade nos procedimentos é fator-chave e deve sempre ser tratada como prioridade dentro da organização.

No entanto, embora ela seja decisiva na gestão laboratorial, o preço sempre acaba pesando na hora de comprar os materiais de laboratório. E é aqui que é preciso ter cuidado: quando a oferta é muito discrepante dos valores praticados pelo mercado você corre o risco de ter uma dor de cabeça desnecessária e comprometer o resultado final.

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por meio da portaria CVS-13, de 04-11-2005, publicou normas que devem ser colocadas em práticas no que se refere à utilização e qualidade dos insumos dentro do laboratório de medicina diagnóstica.

Trata-se de uma medida necessária para aumentar o controle de qualidade laboratorial e garantir a procedência e conformidade dos produtos utilizados dentro do estabelecimento.

Veja os principais cuidados que os laboratórios devem ter nas fases Pré-Analítica e Analítica:

Fase Pré-Analítica

Essa etapa refere-se ao momento da coleta do exame. Para garantir uma boa execução é importante atentar-se à qualidade dos produtos utilizados como agulhas, tubos, adaptadores, coletores, curativos, algodões, garrotes, entre outros. Afinal, sabe-se que 70% da recoleta pelos laboratórios ocorre devido a erros na fase Pré-Analítica.

Entretanto, é primordial que sejam seguidos os protocolos de atendimento para preparação do paciente para reduzir o índice de erros nesta etapa. O PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos) indica que essas orientações devam ser fornecidas por escrito, quando o cliente for responsável pela coleta, assim como os materiais devem ser fornecidos pelo próprio laboratório.

Fase Analítica

O momento de análise do material coletado também exige cuidados especiais. E nessa hora é fundamental que os reagentes químicos e instrumentos utilizados sejam de boa procedência.

No caso dos reagentes, por exemplo, é essencial que eles cumpram as exigências de segurança e qualidade determinadas pelos órgãos autorizados. Além disso, eles devem ser muito bem embalados e trazer informações sobre estocagem, manipulação e descarte.

Para assegurar que os laboratórios implementem o Controle Interno e Externo da Qualidade foi criada a RDC 302/2005, da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que tem como objetivo garantir a excelência desde a coleta de material até a emissão dos laudos. O descumprimento das determinações previstas nesta resolução constitui infração passível de penalidades previstas na lei.

Por isso, atente-se também à qualidade de outros materiais utilizados na fase analítica como micropipetas, pipetas sorológicas de vidro, ponteiras, dosador, entre outros.  

Biossegurança e produtos saneantes também requerem cuidados

Com o intuito de garantir conformidade em todos os processos também é preciso adotar cuidados internos a respeito da Biossegurança e com os produtos saneantes. A Biossegurança refere-se às medidas utilizadas para prevenir, minimizar e eliminar os riscos para a saúde dos profissionais que atuam nos serviços de diagnóstico da saúde. Dessa forma, a utilização de luvas, máscaras, toucas, lençóis descartáveis, aventais, entre outros produtos de qualidade, faz a diferença para manter a segurança do funcionário e não colocar em sua saúde.

Da mesma forma, é necessário manter o rigor no critério da escolha de produtos como detergentes, panos, caixas para descartes de materiais, a fim de manter a limpeza adequada do laboratório.

Não deixe apenas o fator preço impactar na sua decisão. Analise a qualidade e certifique-se das exigências dos órgãos regulatórios para garantir um processo de qualidade laboratorial de alto nível.